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Rastros D’água

Autor(a): Fabiane Marques
SKU: 978-65-84634-99-2

R$49,90

Rastros D’água

Rastros d’água é um livro que umedece os nossos sertões. É corpo-território, em que a vida escoa: na “garganta seca”, nas “paredes esburacadas”, no “vestido branco de gripir”, nos “rituais”, nos “limi-ares” e nos “arranhas-céus”. É solo-poético fértil, onde as águas se fazem presentes no seu jorrar e na sua ausência, onde o tempo transcorre no suor dos trabalhadores, no sangue que pulsa e na lágrima seca da despedida. Envolta dos rastros deixados pelo tempo, a poeta busca, por meio da memória, a força ancestral para seguir caminhando e acreditando que outros futuros são possíveis.

Em estoque (pode ser encomendado)

Categoria:

Descrição

Autora

Fabiane Marques

Páginas

64

Gênero

Poesia

Formato

Brochura 14×21

ISBN

9786584634992

 

Rastros d’água é um livro que umedece os nossos sertões. É corpo-território, em que a vida escoa: na “garganta seca”, nas “paredes esburacadas”, no “vestido branco de gripir”, nos “rituais”, nos “limi-ares” e nos “arranhas-céus”. É solo-poético fértil, onde as águas se fazem presentes no seu jorrar e na sua ausência, onde o tempo transcorre no suor dos trabalhadores, no sangue que pulsa e na lágrima seca da despedida. Envolta dos rastros deixados pelo tempo, a poeta busca, por meio da memória, a força ancestral para seguir caminhando e acreditando que outros futuros são possíveis.


Não se engane, pois a água é refrescante e densa a um só tempo. Vem mansa, mas, quando bate, bate fundo, dialogando com temas fundamentais da tradição literária brasileira como a memória, o sertão e o luto.
A poeta instaura um território e uma dimensão temporal que encontramos no livro todo: um estado de trânsito e de fluxo que desmonta a lógica segmentada e compartimentada do tempo cronológico. Tomamos contato com o tempo do rastro, tempo das pegadas secas da água. É o próprio sertão uma imagem do rastro, do que fica quando já partiu e que retorna sem que percebamos. Do tempo em que tudo muda e permanece em simultâneo, quando o intervalo entre dois nãos (o “não ser mais” e o “ainda não”) criam espaço para a fabulação do inesperado e do por vir.
Heleine Fernandes (In Prefácio)

 

 

partos cotidianos

partos cotidianos
retêm e expulsam
o ser que se é

todos os dias
um líquido invisível
desce em meio as pernas
retendo o medo
expulsando uma parte de si

as dores no colo
anunciam a chegada
daquele que não se conhece
o desconhecido
o previsível
o medo

as dores invadem o corpo
sem pedir licença
cauteloso
como o mar desfazendo-se na areia
violento
como o mar ao colidir com rochas

e em partos cotidianos
eu parto
de microviolências.

Informação adicional

Peso 130 g
Dimensões 16 × 23 × 5 cm
Autores