A extraordinária amizade de Diógenes e Peralta
Neste livro, um solitário protagonista é obrigado a confrontar temas complexos sobre sua própria existência em uma narrativa que combina reflexões profundas com toques de fantasia e de humor ácido.
Na trama – que se passa na São Paulo atual -, Diógenes vive uma vida sem grandes emoções, espremido entre um emprego tedioso e uma paralisante inabilidade social. Sua única companhia é um canário amarelo, presente de sua madrinha na intenção de curar-lhe a solidão aparente.
Acontece que o canário, de nome Peralta, é mudo e nunca cantou sequer uma única nota em sua vida. Incomodado com o silêncio do pássaro, Diógenes embarca em uma pequena epopéia de ações obsessivas para tentar reverter o quadro do animal, mas sem nenhum sucesso.
Apático e já desistindo da empreitada, o humano é pego de surpresa em uma noite abafada, na qual, sem nenhuma razão aparente, Peralta começa a falar. A partir deste instante, o canário, através de seus comentários mordazes e excessivamente diretos, instiga Diógenes a embarcar em uma jornada de autodescobrimento por uma São Paulo ainda cinza, mas com um pouco mais de magia nos detalhes.
A história configura-se quase como uma fábula para jovens adultos e tem o objetivo de ser uma fuga à atribulada vida cotidiana – infestada de telas, ansiedade e notícias apocalípticas.
Mesmo pretendendo ser um livro leve, aborda temas universais sérios com os quais muitos habitantes de grandes metrópoles podem se relacionar: a solidão urbana, a frieza das relações humanas contemporâneas e o cansaço imposto pela sociedade da produtividade e do consumo.