O tempo como definição humana, uma previsível e tediosa contagem de ciclos da nossa vida, e estabelecimento de cotidiano, é tudo o que “AGORA : OUTRORA” repudia. Organizado em quatro partes, a obra pode ser iniciada por qualquer dos capítulos, dada a falta de linearidade de seu texto. Uma prazerosa viagem poética pelo espaço-tempo das letras é o que propõe Guto Rocha, onde a última parte poderia ser facilmente a primeira, o passado confunde-se com o agora, e o momento intermediário é retratado através de uma reunião de amigos num apartamento construído através de poesia visual. Esta obra não tem o intuito de convidar ou desafiar o leitor à nada, antes, almeja a subjetividade da dúvida, exalta a falta de certeza e a fragilidade do ser humano e apresenta, a quem por suas páginas se aventura, a quinta dimensão até então inabitada: o tempo da página.

Prelúdio da pequena morte” é uma coletânea de poemas que exploram temas como amor, desejo, paixão e a efemeridade da existência. A obra mergulha nas complexidades das relações humanas, examinando a intensidade dos sentimentos e a inevitabilidade da perda. A autora utiliza uma linguagem rica em metáforas e imagens sensoriais para expressar as nuances do amor em suas diversas formas. Além do amor, os poemas abordam a solidão, a tristeza e a busca por sentido em um mundo permeado pela inevitabilidade da morte. A obra também reflete sobre a própria natureza da poesia e da linguagem, questionando a capacidade das palavras de capturar a essência das emoções humanas. Através de versos que oscilam entre a delicadeza e a melancolia, a coletânea convida o leitor a uma jornada introspectiva sobre a condição humana.

O livro “Do instante abandonado à própria natureza”, de Gregório Reis, confronta a “ontologia da aceleração” do mundo contemporâneo, que esvazia o instante, através de uma experiência estética que reflete sobre a relação entre poesia e pensamento. Os poemas exploram a natureza do instante como um acontecimento de linguagem macerado lentamente, buscando uma percepção singular e meditativa que se opõe à rapidez e à imediatez, numa poética assumidamente antiaceleracionista. Reis utiliza uma experimentação de escrita e pensamento que tensiona as fronteiras entre filosofia e literatura, visando uma sublevação dos sentidos para apreender a intensidade do instante em face do ser.

“Os dias são todos domingos” é um livro de poemas que explora a jornada emocional de um eu lírico sensível e observador. O livro acompanha esse eu lírico em suas experiências com o amor, desde a paixão avassaladora até a melancolia do término, passando por reflexões sobre a vida urbana e questões existenciais. Através de uma linguagem rica em imagens e musicalidade, a obra convida o leitor a mergulhar em um universo de sentimentos, onde a busca por um recomeço se torna um fio condutor. Os poemas abordam a beleza e a desordem do amor, a dor da saudade e as marcas deixadas pelas experiências da vida. A coletânea se apresenta como um convite à reflexão e à sensibilidade, sem revelar os detalhes específicos dos acontecimentos e resoluções.