As Sete Mortes do Meu Pai
Durante o velório de seu pai, o personagem narrador, que leva o mesmo nome do autor, recebe uma notícia desconcertante.
Após lidar com as questões mais urgentes, que a morte e a notícia causaram, passa a revisitar seu passado e sua relação com o pai. Sem acesso aos pertences dele, lhe resta apenas um álbum de fotos de família e poucos documentos e objetos deixados para trás. Partindo desta memorabilia, o personagem narra e reconstrói os momentos que lhe separaram de seu pai.
Um filho que sempre se achou diferente do pai, que sempre quis ser diferente do pai, vai percebendo a importância da figura paterna em sua vida, para o bem e para o mal, e se dá conta do quanto há de semelhanças entre eles.
Uma história onde o longe não exclui o perto, e as diferenças não tiram a força das semelhanças.
Um romance de (des)formação e (re)formação, onde o narrador/autor se desconstrói para poder se reconstruir.
A linguagem que Humberto Conzo Junior encontrou para narrar a sua história vai, sem querer, inconscientemente nos levando. Uma memória de dor. Um testemunho, sobretudo, de profundo amor.
Vale lembrar: eis a força da literatura e o seu poder transformador. (MARCELINO FREIRE)