Descrição
Autora
Gabriela Queiroz
Páginas
96
Gênero
Poesia
Formato
Capa Dura
14×21
ISBN
9786584634541
Na Consciência da Natureza que me Compõe
Os sentimentos humanos que se encontram com os sentidos da natureza, em uma dança que nasce do interior feminino. Na Consciência da Natureza que Me Compõe é um manifesto pela liberdade do corpo e a descoberta de sua potência, é a imersão na interioridade humana em um diálogo transcendental com os elementos naturais, é a voz de tantas almas que se misturam na narrativa de um sistema vital. A poesia que se divide nas três fases essenciais da obra, Litoral, Flora e Natural, é tecida pela concepção de que o sentir da natureza se conecta com o sentir humano, onde todo o movimento do universo acontece a partir dessa sintonia.
DOS GALHOS ENTRELAÇADOS
da consciência rasa transporto-me à consciência profunda
rompendo o início de uma descoberta
findo-me nas sensações efervescentes do sentir
cresço com os galhos das árvores
visto-me com o verde musgo das folhas
é o escudo contra a corrupção da alma
na clarividência do ser o mundo me toca
com dedos que se afundam na pele e ultrapassam a carne
na chama rosada do tato desmistificado
sinto arder e queimar
a veemência dos elementos que tecem o meu corpo
EPIFANIA
nem sempre sei quem sou
vez em quando sinto a alma fugir do corpo
então procuro-me na paisagem da janela
que reflete o meu interior nas árvores glorificadas
procuro-me no verde quase desaparecido
entre as vias que sobem os prédios longos
na locomoção do concreto
sinto os blocos se partindo em cada rachadura abstrata
dia desses vi as folhas se dissolverem das árvores
flutuarem junto da canção que exala do rádio
cambaleei entre os cômodos que falam comigo
e abrigam cada partícula da alma que saiu para passear
procurei-me através da terra que envolve as mudas
e por um segundo
na difusão do meu interno irredutível
entrei na profundeza visceral da cidade que chora
SENTIDOS DA JIBÓIA
seja planta ou cobra
ela VÊ
mostra-se indomável no reflexo substancial
ela OUVE
som remixado de uma voz transcendental
ela SENTE
toque ameno nos átomos de uma pele cicatrizada
ela VIVE
rompe-se o tabu no âmago das confidências
ela CRESCE
alimento de sóis rebuscados que rega-se com a luz
do tato ao fato
do prato ao papo
ela transborda no próprio ato