Descrição
Quanto tempo de vida lhe resta?
Sim! Te entendo! Algumas coisas não nos vêm escrita à testa.
Mas… quanto tempo de vida você acha que tem?
Quantos dias? Quantas horas? À sua mãe?
Quantos meses? Ao seu pai? Esposa? Avós? Marido? Um filho teu?
Anos? A um amigo raro? Milisegundos?
A quem lhe é caro? […]
(…) << já foi! >> (…)
A quantas anda a tua atenção sobre a tua própria atenção?
Algumas coisas, repara!, sobretudo a essas que, respeitoso, despretenso e sóbrio, tento, meu escrito fala, refiro-me, talvez redunde, a essas, essas coisas caras – de valor de escassez, não preço –, por essas que metamorfoseando-me insisto, insisto, me civilizo, me desembruteço… que então… próximo a essas coisas da tal primeira impressão, (não é possível que não te aflijas!), algumas coisas no nosso caminhar, segunda brecha, esquece!, estamos ferrados!, estamos fodidos!, tem não. Nelas, a gente tudo é menos. É sem perdão. Nenhuma chance de escolha nos dão. Nem outra possibilidade. Nem oportunidade. Nem predileção. Liquidada a fatura, era aquela, ou aquela, a hora, e a ocasião.
“Pequena é a parte da vida que vivemos. Pois, todo o restante não é vida, mas somente tempo”. E com essa ideia a obra versa sobre a estranha intrínseca brevidade, da vida e seus desdobrares, nos milhões de tentáculos dos nossos ecos seres e estares, sociais, reverberando, o isolado e os grupais, sendo, que assolam-nos e antecedem o destino singular-plural, seja tido portado como gente, seja tido estado animal, comi-cruel [inferno, terra, purgatório e céu], no frenesi frenético aloucarado, dos dias-a-dia, que consomem universalmente a todos que pelo cosmos erram – há quem chore, há os que não ganharam a fita, há quem prefira silêncio e há quem ria –, e se raciocinam, nessa complexa preocupação com a vida, e por vezes, numa descuidada desatenção com a morte. Que por sorte, angustiante, finitos apoucados somos.
E aqui, dispostos, há percepção e sensações a postos.
Emoções e sentimentos, sentinelas.
(um instinto que alapardado espreita insistido)
O amor, a saudade, um pseudo-humor e a dor, morada.
Um ser, só, humano.
– e mais nada!!! –
Abertas as janelas, debruço…
… como num olhar galáctico lançado ao céu noturno e proporcional visão multiversal, como nessa brincadeira de espelhos paralelos frente-a-frente infinitos, caleidoscopical, ao eu mais profundo, na coexistência dos vários de mins em mim, co-habitados aos milhões de tis no mundo, transformados nesse emaranhado de nós, um eu-comum(?)… real… Transbordo… Penso… Sonho… Percebo… Sinto… Existo… Ajo… ainda, Vivo… já Morro… […] e Escrevo.
Quem sou eu na fila do pão?
“Uma vez lançada, a vida segue o seu curso e não o reverterá nem o interromperá, não o elevará, não te avisará de sua velocidade, transcorrerá silenciosamente. Ela não se prolongará por ordem de um poderoso, nem pelo desejo do povo. Correrá tal como foi impulsionada no primeiro dia, nunca sairá de seu curso, nem o retardará. O que acontecerá? Tu estás ocupado, e a vida se apressa. Por seu turno, a morte virá e a ela deverás te entregar, querendo ou não”.
Uai!!! Cê é besta?! Se o Tempo, a justificar a avareza, é a única questão, tem coisa que é séria demais, não se me precisa dizer duas vezes, coisas que não se brinca, mais que válida a lição.
No fundo, eu-sincero, sendo aluno, audição, não as minhas, mas nestas que encerro, a mim, palavras da salvação.
Disto, esquisito, poesio-me, e embora mal traçadas, dito, sobreabundo-me, partilho interrogação.
Quanto tempo de vida lhe resta?
E embora não se traga isso tatuado à testa, já pensou nisso?
Vivendo… ou não?
E sido estado hoje, daqui a pouco, sendo eu mesmo, amanhã estando o mesmo, em deselegância pobreza de espírito, será que houve razão(?), malévolo com a própria alma, omisso com a própria existência, não vai adiantar chororô, não vai adiantar mimimi, foi mera questão de opção.
[minha]
(e sua também)
Bem-vindas! Bem-vindes! Bem-vindos!…